UNÇÃO DOS ENFERMOS

O QUE É A UNÇÃO DOS ENFERMOS
A Unção dos Enfermos não é um sacramento só daqueles que se encontram às portas da morte. Pode ser dada a todos os que têm uma doença ou enfermidade grave, que ponha a sua vida em perigo, porque qualquer doença pode fazer-nos pressentir a morte. É oportuno receber este sacramento antes de uma operação importante ou quando, em razão da idade avançada, a fragilidade se acentua (cf. CIC 1514-1515). Quando as pessoas adoecem, a sua vida muda. Com freqüência, já não podem atender elas próprias às suas necessidades e dependem da ajuda alheia... Já não podem ir ao encontro dos outros, mas devem esperar que os outros venham a elas. Deixam de ser "rentáveis". Chega ao ponto que já nada "valem" aos olhos da sociedade.. Com freqüência caem no isolamento, perdem a coragem e a esperança. Jesus não evitou os doentes. Mostrou-lhes que Deus os ama, curou a muitos deles, porque ele veio para salvar e curar o homem inteiro, na alma e no corpo. Porque a sua Igreja não é somente uma comunidade de fé, mas também de vida, cada um deve poder sentir que tem nela um irmão, uma irmã: visitar os doentes é uma obra de misericórdia.


FRUTOS DA UNÇÃO DOS ENFERMOS
O efeito próprio deste sacramento é um dom do Espírito Santo para uma graça de reconforto, de paz e de coragem; renova a confiança do doente e a sua fé em Deus e fortalece-o contra as tentações de desânimo e de angústia (cf. CIC 1520). Mediante esta graça, Cristo "assume as nossas dores e carrega as nossas enfermidades" (Mt 8, 17). Une o doente mais intimamente à Paixão redentora e o faz participante na sua obra de salvação, porque, como São Paulo, o doente "completa na sua carne o que falta às tribulações de Cristo em favor do seu Corpo que é a Igreja" (Cl 1, 24). Assim, o sofrimento recebe um sentido novo: contribui para a santificação da Igreja e para a salvação de todos os homens pelos quais a Igreja sofre e se oferece ao Pai por meio de Cristo. Em determinados casos, se Deus o quer, o sacramento poderá obter a cura do doente, sinal de que Deus visitou o seu povo e que o Reino está próximo. Quem entrega a sua vida a Jesus, quem vive com Jesus, pode estar confiante: não será apartado desta comunhão, mesmo em caso de doença ou de perigo de morte. Os fiéis podem amparar-se no seu Senhor. Ele sabe o que é o sofrimento. Podem pedir-lhe que os ajude. Podem unir o seu próprio sofrimento ao seu, para a vida do mundo.

QUEM PODE RECEBER A UNÇÃO DOS ENFERMOS
Não se renova a Unção no decurso da mesma doença (porque este sacramento representa uma consagração do estado de doença), mas pode ser reiterada, se a doença se agrava. Ainda com mais forte razão, deve-se dar a Unção aos que estão às portas da morte. Nesse caso, depois da Unção, o doente recebe a santa Comunhão como "Viático" (= pão para a viagem). O sacramento da Unção dos Enfermos pode ser administrado no hospital, em domicílio, ou em uma igreja, e várias pessoas podem recebê-lo ao mesmo tempo. Quando for possível, é desejável que a Unção seja dada em presença da comunidade cristã e mesmo no decurso da Eucaristia, sacramento da Páscoa de Cristo, na qual os doentes podem comungar.

O OBJETO E A FORMA DA UNÇÃO DOS ENFERMOS
Ainda hoje, o Unção dos Enfermos é administrada da mesma maneira. O sacerdote, ministro ordinário do sacramento, reza pelo doente e com o doente. Unge-lhe a fronte e as mãos com o santo óleo dos enfermos e diz: "Por esta santa unção e pela sua infinita misericórdia, o Senhor vem em teu auxílio com a graça do Espírito Santo; para que, liberto dos teus pecados, ele te salve e, na sua bondade, alivie os teus sofrimentos".


A UNÇÃO DOS ENFERMOS NAS SAGRADAS ESCRITURAS
Desde o princípio, a Igreja tem uma solicitude muito particular pelos doentes: "Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor. A oração feita com fé salvará o doente e o Senhor o restabelecerá. E se tiver cometido pecados, receberá o perdão" (Tg 5, 14-15). "Ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos e se morremos,é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor". Rm 14,7-8

SÓ O SACERDOTE É MINISTRO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS
O Código de Direito Canônico no cânon 1003 parágrafo 1 (Cf. Também can. 739 parágrafo 1 do Código dos Cânones das Igrejas Orientais) recolhe exatamente a doutrina expressada pelo Concílio Tridentino (Sessão XIV, can. 4: DS 1719; cf. também o Catecismo da Igreja Católica, n. 1516), segundo a qual só os sacerdotes (bispos e presbíteros) são ministros do Sacramento da União dos Enfermos. Esta doutrina é definitive tenenda. Nem diáconos nem leigos por isso podem exercer tal ministério e qualquer ação neste sentido constitui simulação do sacramento. Roma, desde a Sede da Congregação para a Doutrina da Fé, 11 de fevereiro de 2005, na memória da Virgem de Lourdes,

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